A verdadeira cultura é a revolução

A verdadeira cultura é a revolução

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Cadeia Produtiva da Cultura em Alagoas
Para o ano de 2009, o orçamento da Secult de Alagoas está estimado em R$ 8.861.557. Soma-se a este valor R$ 2.219.092 da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) e R$ 3.156.088 do Fundo de Desenvolvimento de Ações Culturais (FDAC), totalizando um orçamento de R$ 14.146.737 para as políticas públicas relacionadas à cultura em Alagoas. Ou seja, 0,26% do orçamento do Poder Executivo estadual. Entretanto, segundo dados do Portal da Transparência Ruth Cardoso, de janeiro a outubro de 2009, foram gastos com investimentos: R$ 32.987,89 – pela Secult – R$ 9.680,64 – Pela Diteal – e não houve investimento do FDAC. Assim, do orçamento total destinado à cultura alagoana para o exercício 2009, foram executados 0,3% restando cerca de dois meses para o encerramento do exercício.
Os poucos mais de R$ 40 mil destinados à cultura em Alagoas resumem, ainda, as metas bastantes tímidas estabelecidas no principal programa da Secult alagoana, a Caravana Cultural, assim descrita no sitio do Órgão: “a Caravana Cultural objetiva, também, a dinamização da cadeia produtiva da Cultura no estado, ao movimentar o setor de alimentos e bebidas (através do consumo de refeições para os participantes (em torno de 600); ao ocupar os meios de hospedagem (acomodação de uma média de 120 pessoas, equivalendo a 240 diárias) e ao fomentar a profissionalização da atividade artística e cultural, por meio de pagamento de cachês aos artistas, grupos culturais, oficineiros e demais profissionais envolvidos no projeto”.
Destaca-se que, ainda que se o Governo de Alagoas executasse os 0,26% do orçamento destinado à cultura em 2009, o número representaria quase a metade do percentual do orçamento do estado de Pernambuco para a área (0,49%) para o mesmo exercício. Mesmo se comparado o passado e o presente, o orçamento do Governo alagoano para a Cultura em 2006 correspondia a 1,04%. Ainda assim, inferior, em valores absolutos, ao investimento realizado por outros estados nordestinos do mesmo porte. Veja o quadro abaixo:
Quadro Comparativo dos Orçamentos Estatais Aplicados à Cultura em 2006
Estado Alagoas Sergipe Paraíba Rio Grande do Norte
Orçamento da Cultura em R$ 20.289.466,44 22.151.190,81 23.325.548,43 24.282.505,90
Fonte: Ministério da Cultura
É importante observar que estudos demonstram claramente os descaminhos da Cultura alagoana, pois “entre os Estados da Federação, Alagoas o foi pioneiro na criação, em 30 de julho de 1985, do Fundo de Desenvolvimento da Cultura de Alagoas, cuja principal fonte de recursos compreendia 50% do valor das multas de trânsito do Estado. Todavia, no atual inventário, esse Fundo não se encontra em operação e o Estado também não promulgou nenhuma outra lei de incentivo à cultura, segundo a pesquisa”, afirmam os pesquisadores da UFBa, Maria Baracho e Rafael Raddi.
A precariedade dos investimentos em Cultura e a falta de dados para subsidiar políticas públicas para o segmento levaram a Secult a firmar, em 2008, uma parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Segundo declaração da Reitora Ana Dayse Dória, publicada no sito da Universidade, “a identificação da cadeia produtiva é uma necessidade urgente, para que a cultura do nosso Estado seja tratada de forma mais valorizada e profissional”.
Mas, cerca de um ano transcorrido, a classe artística alagoana permanece ignorando a existência de uma política para o setor. Mais que isso, desconhece qualquer iniciativa governamental para ouvir a classe sobre os problemas que a aflige. Ao contrário, a Secult decidiu alijar a classe artística até mesmo das etapas estaduais para a Conferência Nacional de Cultura. Contrariando o regimento da Conferência, a Secult tem realizado Conferências Intermunicipais de Gestores da Cultura, ou seja, fóruns destinados a ouvir secretários municipais de cultura, em prejuízo dos demais segmentos sociais interessados: artistas e o público.

Fontes:
http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14389.pdf
http://www.ufal.edu.br/ufal/noticias/2008/06/politica-cultural-de-alagoas-tem-parceria-da-ufal/?searchterm=Cultural Alagoas
http://www.cultura.gov.br/site/2009/02/27/ministros-da-alatina-defendem-investimento-em-cultura-contra-crise/
http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2008/04/indic_culturais2005.pdf
http://www.cultura.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias01/gestores-de-cultura-aprovam-strategias-para-a-politica-cultural/?searchterm=Politica Cultural
http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/politicas-e-acoes/caravana-cultural/folder_contents
A Cultura como Fator de Desenvolvimento Econômico
Em setembro de 2009, artistas alagoanos resolveram sair às ruas para reivindicar investimentos públicos e respeito para a Cultura. O símbolo da manifestação foi o teatro Deodoro. Um belíssimo local de espetáculos há anos fechado para reforma e as vésperas do seu centenário que será comemorado em novembro de 2010. Um verdadeiro símbolo do descaso com a Cultura em Alagoas.
Do protesto da classe artística local, novas promessas governamentais pela reabertura do teatro. Porém, mais que a devolução da casa de espetáculos ao povo e a arte alagoanos, o que de fato o Movimento “Sou Artista, Luto?!” quer mostrar à sociedade é a importância e o potencial sócio-econômico do setor para a melhoria das condições de vida dos alagoanos.
Neste documento, pretendemos demonstrar a importância estratégica do segmento artístico e da nossa luta em defesa da Cultura, “ferramenta transformadora para combater a pobreza e as desigualdades sociais”, conforme atestaram os Ministros da Cultura, da América Latina e Caribe, reunidos no 16º Fórum de Ministros de Cultura e Encarregados de políticas Culturais da Região.
Indicadores Culturais no Brasil
O papel estratégico do setor cultural para o desenvolvimento econômico sustentável parte do debate da II Conferência Nacional de Cultural. Com o tema “Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”, o Ministério da Cultura (Minc) pretende “propor estratégias para o fortalecimento da cultura como centro dinâmico do desenvolvimento sustentável”, conforme inciso II, Art. 1º, do Regimento Interno da Conferência. O Fórum ocorrerá no período de 11 a 14 de março de 2010.
Entretanto, talvez para subsidiar os debates da Conferência, o Minc encomendou um estudo ao IBGE que resultou no documento intitulado “Sistema de Informações e Indicadores Culturais”. Nele, está demonstrado que em 2005, o setor cultural empregou cerca de 1.635.294 pessoas, movimentando R$ 23,6 bi no mesmo ano em salários e outras remunerações.
Esses dados, além de revelarem o peso do setor cultural para a economia do país, demonstram, ainda, a sua lucratividade, pois, enquanto o salário médio brasileiro foi de R$ 1.060,48, o salário médio referente às atividades culturais foi de 1.565,74. São 5,4 salários-mínimos/mês contra 3,7 SM pagos pelos demais setores econômicos em 2005.
Mas, apesar de significativos, outros dados do Ministério da Cultura demonstram, ainda, o potencial inexplorado desse segmento econômico. De acordo com o Minc, “apenas 14% da população brasileira vai ao cinema ao menos uma vez por mês, 92% não frequenta museus, 93% nunca vai à exposições de arte, e 78% nunca assiste a espetáculos de dança”.
Baseado nesses números, o Governo Federal propôs a criação do “Vale Cultura”. Um incentivo ao consumo de bens e serviços ligados à Cultura e que estima incluir cerca de 12 milhões de trabalhadores assalariados no mercado de consumo cultural. Uma estimativa animadora, considerando-se que, dadas as condições atuais, entre 2005 e 2006 as atividades relacionadas à cultura cresceram 5,4% contra um crescimento de apenas 2,4% da população ocupada no Brasil, segundo dados do PNUD.
Contudo, como toda nova oportunidade de mercado, a injeção de mais recursos e a ampliação do público consumidor de cultura requerem, também, o envolvimento dos órgãos governamentais em conjunto com a classe artística no processo de convencimento da classe empresarial para a adesão à nova política pública, bem como de conscientização popular para a importância do setor cultural para a formação e desenvolvimento de uma sociedade. Aliás, destaque-se que a acessibilidade também deve ser garantida através do investimento em transporte e segurança, de modo a que os trabalhadores possam chegar aos locais de eventos, na maioria das vezes, distantes dos locais de residência das pessoas de baixo poder aquisitivo
Moraes Junior

Vamos ouvir e divulgar os artistas que lutam para mudar o mundo

http://clandestinosnoar.blogspot.com/

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Enquanto mais regional mais universal

Quando não conhecemos as especificidades dos outros grupos e escondemos as nossas cortamos um diálogo sobre valores humanos e nos limitamos aos valores comercias, o mundo está direcionado a perpetuar as relações mercantis sobre todas as coisas.
Uma simples amizade, por exemplo, de compartilhar a sombra de um pé de manga e passar uma tarde regada a histórias e risadas é coisa de outro mundo, só ha espaço para a vida virtual da internet ou a conversa em mesa de bar, percebi que a minha rotina de vida incluía bebida como algo determinante para uma relação social, bebia todos os finais de semana e em momentos especiais não especificados, ritualisticamente bebia todos os finais de semana, mas devido aos momentos especiais não especificados bebia quase todos os dias, o exercício da amizade só existia a partir de uma atividade de consumo.
A relação de consumo provoca uma falta de diplomacia cultural entre todos os povos dos bairros aos estados brasileiros e do mundo todo.
Obedecendo as leis do mercado as instituições guiam suas pautas para onde caminham os louros do lucro, por essa lógica os meios justificam os fins, os Estados de maior poder econômico determinam o que deve ser a cultura do país, assim como os estados unidos propagam sua cultura como a melhor do mundo, a célula mãe da bestialidade.
Uma nova diplomacia cultural de troca e respeitos aos valores opostos é a possibilidade de uma nova comunicação mundial, uma relação em que nada mais haverá valorizado que o prazer de conhecer a nós como viventes do planeta.
Alagoas está vivendo um momento de violência tão grande quanto à crise de identidade, agravando-se pela falta de integração entre os grupos, mas, é nesse momento, graças à mecânica da dialética, que está em voga um sentimento de esperança provocando uma grande união entre os grupos, especialmente os grupos culturais, que fizeram os olhos brilhar quando semana passada eles realizaram, e foi notícia na mídia alagoana, o primeiro ato político organizado pelo movimento popular e cultural da cidade, dias depois o grupo percussivo Guerreiros da Vila, formado por moradores do lixão, a comunidade do Jardim Alagoas e o Quintal Cultural realizaram uma batucada percorrendo as ruas do farol, pessoal da favela sururu de capote se articulando com a favela do Jaraguá para encontro de intercambio e assim como todos os 46 grupos culturais que aderiram ao movimento estão certos da necessidade de dar as mãos.
Por meio de uma nova cultura estamos desconstruindo uma cultura de desunião e desrespeito.
É notória e factual uma nova diplomacia cultural.

Rogério Dias
88195676

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Carta em Defesa do Carnaval de Rua em Maceió.

Carta Carnaval

Nós, alagoanos da cidade de Maceió, viemos a público reivindicar dos poderes, estadual e municipal, a maior atenção ao Carnaval de Rua da cidade de Maceió. O Carnaval é um direito do povo e tem que ser estimulado de forma descentralizada, democratizada e participativa pela implementação de políticas públicas específicas.
É falsa a afirmação de que a cidade não tem tradição carnavalesca. O carnaval é uma das manifestações mais importantes da cultura brasileira, não contribuir com ele é apartar-se das trocas políticas e culturais do país, é reafirmar uma marginalidade construída principalmente pelas elites alagoanas e que não interessa ao povo.
O carnaval tem desdobramentos para além da festa, representando instrumento político de afirmação da cultura popular. É na cultura popular de Alagoas que está representada a identidade alagoana, afirmar que na terra do coco que deu origem ao samba não tem carnaval é tentar esconder a efervescente cultura afro-brasileira que pouco se vê, mas, muito se ouvi em todos os cantos da cidade.
Os sinais das nossas tradições carnavalescas podem facilmente ser verificados na existência de quase uma centena dos grupos de bumba-meu-boi espalhados em todos os bairros da periferia da cidade, como também, a presença de seis escolas de samba que existem desde o início do século passado, as manifestações carnavalescas populares organizadas nas comunidades e o crescimento dos grupos percussivos.
Diante dessa constatação reivindicamos ao governo do estado de Alagoas e da prefeitura de Maceió a maior atenção ao Carnaval de Rua em nossa Capital.

Movimento Pela Valorização da Cultural Alagoana

Grupos que fazem parte do Movimento pela Valorização da Cultura Alagoana

1.Quintal Cultural
2.Enseada das Canoas
3.Afrodendê
4.Núcleo Cultural Zona Sul
5.Grupo Dandara
6.Afromandela
7.Comunidade Jardim Alagoas
8.Menssageiros de Jah
9.Baldes e Latas (CEPEC)
10.Guerreiros da Vila
11.Grupo Abadá de Capoeira
12.Centro Cultural Quilombo dos Palmares
13.Coletivo Afrocaeté
14.Liga dos Bois
15.Escola de Samba Girassol
16.Comunidade Vila Brejal
17.Grupo Revoucionarte
18.Núcleo de desenvolvimento nação imperial
19.Grupo Muzenza de Capoeira
20.Abassá de Angola
21.Banda Zé Pequeno
22.Mirante Cultural
23.Baque Alagoano
24.Cia Hip Hop
25.Sururu de Capote
26.Conexão swing dance
27.Coco geração alagoana
28.Banda de Pife São José
29.Orquestra de Tambores
30.Resistência Popular
31.Banda Raggamuffin
32.Movimento Hip Hop
33.La poli & Cia
34.Arca da Cultura Alagoana
35.Albatroz
36.Panteras do Mangue Break
37.ilê axé de Oxum panda
38.Grupo Teatral Sol Nascente
39. Paraydox (break)
40.Clandestinos
41.Centro Cultural e Educacional do Benedito Bentes
42."Maceió mostra a sua cara"
43. Posse Atitude Periférica
44.Guerreiros Quilombolas
45.Ginga Terapia
46.Coco de Roda Lampião